Alérgico a balas (A vida é feita de escolhas)


Luiz é o tipo de cara que você gostaria de conhecer. Ele estava sempre de bom humor e sempre tinha algo de positivo para dizer.

Se alguém lhe perguntasse como ele estava, a resposta seria logo:

- Cada vez melhor!

Ele era um gerente muito especial e seus funcionários o seguiam de empresa em empresa apenas pelas suas atitudes. Ele era um motivador nato. Se um colaborador estava tendo um dia ruim, Luiz estava sempre dizendo como ver o lado positivo da situação.

Fiquei tão curioso com seu estilo de vida que um dia lhe perguntei:

- Você não pode ser uma pessoa positiva o tempo todo. Como faz isso?

Ele me respondeu: 

- A cada manhã, ao acordar, digo para mim mesmo: "Luiz, você tem duas escolhas hoje: Pode ficar de bom humor ou de mau humor.".

  Eu escolho ficar de bom humor. Cada vez que algo ruim acontece, posso escolher bancar a vítima ou aprender alguma coisa com o ocorrido. Eu escolho aprender algo. Toda vez que alguém reclamar, posso escolher aceitar a reclamação ou mostrar o lado positivo da vida.

- Certo, mas não é fácil... - argumentei.

- É fácil sim! - disse-me Luiz - A vida é feita de escolhas!

Quando você examina a fundo, toda situação sempre oferece escolha. Você escolhe como reagir às situações. Você escolhe como as pessoas afetarão o seu humor. É sua a escolha de como viver sua vida.

Eu pensei sobre o que o Luiz disse e sempre lembrava dele quando fazia uma escolha. Anos mais tarde, soube que Luiz foi vítima de um assalto a mão armada. Mesmo tendo entregue tudo o que possuía sem nem pensar em resistir, os assaltantes covardemente dispararam suas armas contra ele algumas vezes antes de fugirem.

Por sorte, Luiz foi encontrado a tempo de ser socorrido e levado para um hospital. Foram 18 horas de cirurgia, semanas de tratamento intensivo e ainda assim saiu do hospital com fragmentos de balas alojadas em seu corpo.

Encontrei Luiz mais ou menos por acaso. Quando lhe perguntei como estava, respondeu:

- Cada vez melhor!

Contou-me o que havia acontecido perguntando:

- Quer ver minhas cicatrizes?

Recusei ver seus ferimentos, mas perguntei-lhe o que havia passado em sua mente na ocasião do assalto.

- A primeira coisa que pensei foi no quão injusta era aquela situação, e de que eu nada tinha feito para merecê-la, mas logo percebi que me revoltar e mergulhar no papel de vítima não me ajudaria em nada. Então, me vendo caído e tingindo o chão de vermelho, lembrei que tinha duas escolhas: poderia viver ou morrer. Escolhi viver!

- Você não estava com medo? - Perguntei.

- Os paramédicos foram ótimos. Eles me diziam que tudo ia dar certo e que ia ficar bom. Mas quando entrei na sala de emergência e vi a expressão dos médicos e enfermeiras, fiquei apavorado. Em seus lábios eu lia:

 "Esse aí já era". Decidi então que tinha que fazer alguma coisa!

- O que fez? - Perguntei.

- Bem. Havia uma enfermeira que fazia muitas perguntas. Perguntou-me se eu era alérgico a alguma coisa. 

Eu respondi: 

- Sim!

Todos pararam para ouvir a minha resposta.

Tomei fôlego e gritei: 

- "SOU ALÉRGICO A BALAS!"

Entre risadas lhes disse: 

- Eu estou escolhendo viver, operem-me como um ser vivo, não como morto.

Luiz sobreviveu graças à persistência dos médicos, mas também graças à sua atitude. Aprendi que todo dia temos opção de viver plenamente.


Autor desconhecido.



Um comentário:

  1. Concordo plenamente. Nossas vidas são feitas de escolhas. Cabe a cada um de nós, o " script" a assumir.

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